"Estamos prontos para o jogo"
É uma equipa do Benfica determinada em "fazer um grande jogo" aquela que se irá apresentar no Estádio José Alvalade neste domingo, 29 de dezembro, no duelo com o Sporting, referente à 16.ª jornada da Liga Betclic, agendado para as 20h30. Isso mesmo enalteceu o treinador Bruno Lage na antevisão do dérbi, realizada neste sábado no Benfica Campus.
O técnico do Glorioso explicitou a forma como preparou o coletivo encarnado para o dérbi, tendo em conta o facto de o adversário ser agora liderado por um novo treinador [Rui Borges]. E referiu ainda que apenas Tiago Gouveia não pode dar o seu contributo à equipa.
Que expectativas tem para o dérbi em Alvalade? Temos as melhores expectativas. Sabemos que é um dérbi, sabemos da importância do jogo para nós e para os nossos adeptos. Por isso, o nosso foco – e estamos prontos para isso – é fazer um grande jogo e vencer.
Que Sporting é que espera, tendo em conta a dúvida que existe sobretudo na defesa? Espera uma linha de três centrais ou de quatro defesas? Essa dúvida, também em relação ao sistema – e até com o novo treinador do Sporting –, dificultou mais a preparação do Benfica para este jogo? Pode também esclarecer se conta com Fredrik Aursnes para o jogo?
Vamos estar à espera de três centrais. Agora, se são três centrais declarados, ou não, vamos ver. Podem jogar três centrais, eventualmente numa das laterais um lateral. Preparámos o jogo da melhor maneira. Olhámos para aquilo que é a dinâmica própria do Sporting e também, claro, para a forma de ver o jogo do novo treinador, e tentar perceber que dinâmica é que vamos encontrar. Por isso, vamos encontrar uma equipa que gosta de ter bola, que vai querer pressionar alto e, simultaneamente, as características que temos visto ao longo dos tempos: um Gyökeres a atacar muito bem a profundidade; o Trincão a baixar para ligar o jogo, poder jogar entre linhas, manter sempre a largura; ter dois médios com enorme capacidade de construção, o capitão e o Morita, para tentar ligar o jogo. Este vai ser o jogo, é para isso que estamos preparados. Sentimo-nos muito prontos, e estamos todos prontos para o jogo, exceto o Tiago Gouveia.
"Temos as melhores expectativas, sabemos que é um dérbi, sabemos da importância do jogo para nós e para os nossos adeptos" Bruno Lage
Já falou num grande jogo em perspetiva e um jogo muito importante. Vale mais do que os três pontos, tendo em conta a posição atual do Benfica, líder do Campeonato? Por outro lado, há instabilidade na equipa por dois jogadores que, autorizados, foram à Argentina, e um deles fez duas viagens? Há instabilidade nas escolhas, por desgaste eventual daí, e também, por outro lado, em António Silva? O agente do central diz que ele quer ir para a Juventus e que a Juventus o quer. Isso pode perturbar o ambiente da equipa antes de um jogo destes?
Você fez quase as perguntas todas da conferência de Imprensa [risos]. Não vai deixar nada para os seus colegas... o seu colega da CMTV já levantou o braço três vezes, também de certeza quer falar da viagem à Argentina... Vamos por partes. Não, acho que são três pontos, principalmente nesta altura do Campeonato. São três pontos que para nós são importantes, para o Sporting também são importantes. É como disse após o jogo com o Estoril: nós queríamos passar o Natal em 1.º [lugar], com certeza queremos passar a passagem de ano, e todas as festas que vêm, em 1.º, mas a festa mais importante é a do final. Eu, se calhar, deixava já o seu colega da CMTV fazer a pergunta e respondia logo aos dois, porque já sei qual é o tema da Argentina...
"Nós queríamos passar o Natal em 1.º [lugar], com certeza queremos passar a passagem de ano, e todas as festas que vêm, em 1.º, mas a festa mais importante é a do final "Como foi preparar o dérbi em dois dias, sabendo que Otamendi passou mais de 50 horas em viagens de avião? No dérbi, preferia encontrar o Sporting de João Pereira ou de Rui Borges?
Nós quando sentimos que temos de dar folgas, damos folgas. Esta equipa não tem tido muitas folgas, e nós demos três dias de folga após o jogo [com o Estoril, a 23 de dezembro] para os jogadores poderem passar o Natal em família. O 24 e o 25 já estavam previamente estabelecidos. O dia a mais nestas contas, porque normalmente não temos nada planeado... A seguir a uma vitória, os jogadores estão à nossa espera no balneário e podemos eventualmente dar um dia de folga para recuperar. Aquilo que tem sido dezembro, vamos para o 7.º jogo... Tivemos jogos consecutivos, de três em três dias, com muito poucas folgas. Nós defendíamos que os jogadores, todos eles, mereciam passar o Natal em família. No dia 26, eu e a minha equipa técnica estivemos aqui [no Benfica Campus] a trabalhar, a preparar o Sporting do Rui Borges. Esse é o primeiro ponto. A segunda situação, que é a viagem à Argentina autorizada por mim – que fique bem claro isso –, é a gestão que tenho feito dos jogadores. Não me interessa quanto tempo estiveram em voo, interessa-me é que neste momento tenha os jogadores disponíveis física e mentalmente para jogarem aquilo que têm jogado. Não sei se está aqui o elemento do Record, mas até foi curioso que hoje [o jornal] foi buscar alguém especialista, de renome, e que trabalhou no Real Madrid, para esclarecer publicamente que os dias, as viagens... os jogadores estão sem problemas nenhuns, prontos para jogar. Não é que nós, aqui dentro, não soubéssemos, mas é importante uma pessoa de fora, de renome, esclarecer o assunto. O que vejo dos jogadores? Vejo dois jogadores comprometidos com o trabalho, com uma ambição enorme de ajudar o Benfica a vencer títulos. Por isso, se amanhã [domingo] houver um resultado menos conseguido, se quiserem ligar isso ao facto de duas pessoas terem viajado para a Argentina, cá estou eu a dar o corpo às balas sem problema nenhum. Mas aquilo que é mais importante é a gestão que tenho feito destes jogadores. Há quatro meses, na 1.ª vez que me sentei aqui perante vós [jornalistas], era que o Nico [Otamendi] tinha de sair, não havia hipótese de o manter – a vossa pergunta era "Quando é que ele sai". E que o Di María era um problema para a equipa. O Di María, no último jogo [frente ao Nacional], fez mais recuperações de bola que o Tino [Florentino], e tem marcado muitos golos que nos ajudaram a vencer. E o Nico [Otamendi] tem feito exibições muito boas. Esta é a minha forma de gerir os jogadores, o grupo, e aquilo que sinto é que somos uma família muito grande, que estamos com uma determinação e uma vontade enorme, e estamos prontos para o jogo de amanhã [domingo].
"O mais importante é nós estarmos preparados para aquilo que é a nossa dinâmica"Jorge Mendes, agente de António Silva, diz que o jogador quer sair do Benfica e jogar na Juventus. António Silva já lhe comunicou que quer deixar o Benfica para jogar na Juventus? Esse é o tipo de problema que dispensava bem numa altura como esta?
Para nós, não é problema nenhum, por duas razões: primeiro, ninguém falou comigo sobre esse assunto; segundo, vejo um jogador completamente focado no Benfica. Ainda ontem [sexta-feira, 27 de dezembro] estivemos a trabalhar várias situações específicas da posição dele, quer à direita, quer à esquerda, para ele perceber cada vez melhor as duas posições, e o atleta treinou motivado e completamente focado. Vejo isso, muito determinado em ajudar o Benfica a ser campeão. Até aproveito para falar um bocadinho dessa situação, porque, por aquilo que vejo, seria uma situação de empréstimo. Olho para os três centrais da mesma maneira. Vou dar o exemplo dos três centrais, a forma como vejo o nosso plantel... O Nico [Otamendi] tem mercado, o Tomás Araújo com certeza tem mercado, e o António [Silva] também tem mercado. No final da época, quem não tem contrato eventualmente pode estar livre para decidir o seu futuro, quem tem contrato tem cláusulas de rescisão. Por isso, há uma coisa que é certa, e é aquilo que defendo, que é o seguinte: quem quiser jogadores do Sport Lisboa e Benfica tem de vir com a carteira, e, nos últimos anos, têm vindo com a carteira recheada. As coisas vão acontecer, já aconteceram no passado com vários jogadores, vão acontecer no futuro, com certeza, com o António [Silva] ou com o Tomás [Araújo]. Aquilo que é importante e que temos de valorizar – e esse sim não podemos vender – é o nosso centro de treino e a forma como os jogadores evoluem para jogar na primeira equipa. Isso é que está fora de hipótese, não podemos vender. O resto, em função daquilo que é o mercado... as grandes equipas, com um poderio enorme financeiramente, chegam aqui, convencem o jogador, pagam a cláusula e o jogador vai embora.
"Aquilo que temos de valorizar é o nosso centro de treino e a forma como os jogadores evoluem para jogar na primeira equipa" Que vídeos mostrou aos jogadores na preparação para este jogo? Do Sporting de Rúben Amorim, do Sporting de João Pereira ou do Vitória SC de Rui Borges? Sente-se favorito para este dérbi?
Mostrámos fotografias de posicionamentos semelhantes das três situações, curiosamente foi exatamente isso, porque há muitas semelhanças do Sporting de Rúben Amorim e de João Pereira; muitas vezes não defendia com os cinco, defendia com os quatro; o Vitória também defendia assim com o Rui [Borges]. Por isso, mais importante é nós estarmos preparados para aquilo que é a nossa dinâmica, mas em termos do que são questões estratégicas foi procurar um pouco isso, posicionamentos semelhantes nas várias zonas do campo. Não interessa quem é favorito, o que interessa é nós sentirmos que estamos prontos para fazer um grande jogo.
Amdouni é o suplente com mais golos na Liga. Já justificava, ou não, ser titular? Qual a melhor posição: a nove e meio atrás de Pavlidis, ou a jogar descaído para uma das alas?
Sim e sim. Há muita gente a merecer jogar mais tempo, mas aquilo que é o mais importante decidir é a estratégia para cada jogo. Feliz do treinador que tem este plantel à disposição para tirar o melhor de cada um deles. Na semana passada falávamos da crise... Entretanto Pavlidis marca um golo, Zeki [Amdouni] marca dois, o Arthur [Cabral] acabou por não entrar, porque estava um pouco tocado e preferimos dar mais algum tempo de recuperação. Já não é a primeira vez que os avançados marcam os golos. Satisfeitos com o rendimento, sentimos que ainda podemos tirar muito mais deles e do plantel. É para isso que nós trabalhamos. O Zeki [Amdouni] dá-nos essa possibilidade de poder jogar como ponta de lança, avançado entre linhas e até mesmo nas alas, mas a procurar o jogo interior.
"Sentimo-nos muito prontos, e estamos todos prontos para o jogo, exceto o Tiago Gouveia" Sente que apanhou a melhor altura para defrontar o Sporting nesta época, uma equipa que acabou de perder a liderança, que já vai na segunda mudança de treinador e que está naturalmente mais fragilizada? A vitória acabará por abalar animicamente ainda mais um dos principais rivais à conquista do título?
Importante foi aquilo que fizemos até aqui. Gosto de desafios e sinto o Sporting, independentemente dos resultados, uma equipa forte, e o que quero é jogar contra equipas fortes, porque é do que os nossos jogadores gostam, é o que os nossos jogadores querem. Vocês sentem ligeiramente a diferença quando acontecem estes desafios. Os nossos jogadores estão prontos, e isso é que é o mais importante. Agora, vamos defrontar uma grande equipa, um grande treinador, e estamos fortes para isso e queremos que o jogo chegue o mais rápido possível.
No caso de Aursnes não estar a 100 por cento, Barreiro pode vir a ser o titular? E perguntava-lhe se Renato Sanches já está pronto para ser opção.
O Fredrik [Aursnes] está pronto. Pensava que tinha sido claro quando disse que estão todos prontos, exceto o Tiago Gouveia. E o Renato [Sanches] já está a treinar com a equipa, e aquilo que nós queremos enquanto equipa técnica é ajudar o Renato a ser o Renato Sanches de que nós todos gostamos, que nós ambicionamos ter aqui – nós, os adeptos... –, o Renato com alegria, com transporte, a jogar para a frente, a jogar com qualidade. Por isso, toda a gente está pronta, cabe-me depois decidir os onze e a convocatória.
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