Obrigado, Marie Alidou!

Com a voz embargada e o olhar carregado de emoção, Marie Alidou deixa o Benfica com a certeza de que viveu no Clube um dos períodos mais marcantes da sua carreira. Entre conquistas, aprendizagens e o calor único dos adeptos, a internacional canadiana encontrou mais do que uma equipa: encontrou uma família. Ruma agora, a título definitivo, às americanas do Portland Thorns FC, com o sentimento de que o amor ao Benfica será eterno.

"Muito obrigada por tudo. Acho que este tempo que passei aqui foi, honestamente, um dos melhores. Desculpem, eu não quero chorar…", disse, já emocionada, em entrevista à BTV.

As palavras abafadas pela emoção são o reflexo de um percurso vivido com intensidade, dedicação e amor ao Clube. A média encontrou no Benfica uma família, um apoio inabalável que a ajudou a crescer como jogadora e como pessoa.

"Muito obrigada a este magnífico e grande clube a que chamamos Benfica. Acho que o meu tempo aqui tem sido tão bom que estou realmente agradecida por tudo. Ao staff, às jogadoras com quem joguei, e, especialmente, aos adeptos. Vocês são uma ajuda enorme para o crescimento que esta equipa teve em Portugal. Vou estar sempre agradecida, até por ter conhecido alguns de vocês depois dos jogos. Acho-vos tão apaixonados e isso tocou-me o coração durante todo o tempo em que aqui estive", revelou, com emoção.

Para a internacional canadiana, as duas temporadas de águia ao peito foram mais do que um simples capítulo, foram uma história inesquecível de superação, conquistas e emoções. "Não tenho palavras. Penso que é mesmo verdadeiramente uma experiência incrível o que vivi aqui no Benfica, em Portugal. E quero agradecer a todos por me terem apoiado ao longo deste tempo. Obrigada do fundo do meu coração", reforçou.

"Eu amo o Benfica. É um clube incrível. E nunca vi, até agora, na minha carreira, um clube com adeptos como estes", acrescentou.

Com um percurso pautado pela entrega e pela garra, a jogadora recorda os sonhos que trouxe consigo ao chegar ao Benfica, em junho de 2023. E, desde esse dia, o Estádio da Luz tornou-se um lugar especial para Marie Alidou, onde viveu momentos que lhe ficarão eternamente na memória.

"Quando cheguei aqui, tinha muitos sonhos na minha cabeça. Não sei como explicar isto. Acho que foi… foi algo realmente potente poder juntar-me a um clube histórico como este, como o Benfica. Queria alcançar muitas coisas. Estou orgulhosa por ter vestido esta camisola, histórica e emblemática, e acho que vou lembrar-me disto por muito tempo, porque é realmente impactante vestir esta camisola. E, especialmente, ter jogado no Estádio da Luz. Só jogar naquele estádio é uma sensação que não consigo explicar. E conseguir, ainda por cima, marcar um golo… Fico muito feliz por isso. Mas foi uma mistura de sentimentos porque estava feliz por ter contribuído para este jogo, feliz por ter deixado a minha marca no meu último jogo, mas, ao mesmo tempo, saber que estou a sair torna tudo um pouco difícil. Mas estou feliz", referiu.

A felicidade de ter feito parte da história do Clube mistura-se com a gratidão por tudo o que aprendeu. "Tenho de agradecer muito ao Benfica por isto, por me ajudar a desbloquear algumas coisas no meu jogo. Não sabemos, mas não sei se teria conseguido desbloquear certas coisas. Técnica e taticamente, é algo pelo qual estou realmente grata", salientou.

E assim, com o coração cheio, Marie Alidou despede-se com a certeza de que leva o Clube consigo para sempre.

"Agora sou uma Benfiquista. É difícil sair, mas, ao mesmo tempo, estou muito orgulhosa desta equipa e do tempo em que estive aqui. Estou realmente orgulhosa por isso, pelo que ajudei a conquistar no grupo", considerou.

Mas não parte sem deixar um apelo sentido aos adeptos, os mesmos que a apoiaram em cada jogo e que fazem, considera, a diferença no crescimento do futebol feminino em Portugal. "Precisamos mais e mais que os Benfiquistas venham ver os jogos e ajudem o futebol feminino em Portugal, visto que está a crescer imenso. É uma loucura porque, no meu curto espaço de tempo aqui, vi uma evolução no futebol e nos adeptos, que querem pagar bilhete para nos vir ver a toda a hora. E acho que esta evolução pode ser ainda melhor a cada ano e pode crescer não sei até onde, mas os adeptos precisam de continuar a vir apoiar a equipa, porque estas jogadoras também jogam pelo 12.º jogador, pelas bancadas", finalizou.